domingo, 1 de novembro de 2009

São Paulo ao Vivo


Victoria me convidou para ajuda-la na aula que deu no Prazeres da Mesa ao Vivo dia 30 de outubro.

Este será o primeiro ano que não estaremos trabalhando em um evento gastronômico em São Paulo desde 1997. Para não ficar com tanta saudade e porque gosto muito de dar aula com a Vi aceitei o convite na hora.

A aula foi sobre diferentes modos de cozinhar peixe. Victoria que já é macaca velha de aulas em eventos optou pela simplicidade com conteúdo.

A aula foi muito interessante. Ela fez dois pratos: um badejo confitado no azeite com ervas e alho, servido com mini legumes grelhados - um prato aromático e colorido que ficou lindo - e um cubo de atum marinado no shoyu e gengibre “queimado” no maçarico, servido com wassabi e mini ervas - uma pintura.

As mini ervas da Fátima são delicadas e encantadoras. Foram colhidas no mesmo dia de madrugada e entregues à Victoria diretamente no aeroporto.

O segredo da boa comida é a qualidade de seus ingredientes. Um chef com bons fornecedores está bem equipado para surpreender.

Eu havia estado na Prazeres ao Vivo anos atrás. Ouvi dizer que estava cada vez melhor organizada e interessante. De fato fiquei contente de poder testemunhar e compartilhar da mesma opinião.

A faculdade de gastronomia do Senac de São Paulo, parceira da revista neste evento, tem uma estrutura dos sonhos. Monitores e alunos deram show de organização e participação. Foi estimulante ver alunos trabalhando com seriedade, eficiência e gentileza não só como ajudantes dos chefs mas também na organização de salas e estoques.

Depois da aula aproveitamos para visitar stands e conversar com outros chefs, amigos e jornalistas.

Fomos jantar no Tordesilhas - eu tinha me prometido que quando viesse à São Paulo iria comer na casa da Mara Salles para matar as saudades dos seus temperos e da viagem ao Recôncavo que fizemos depois do Bahia Gourmet. Consegui juntar quatro chefs que fizeram parte desta viagem, mas viramos oito e acabamos em um grupo de 15. Ainda bem que a Mara adorou.

Mara nos fez alguns dos pratos que serviu para os franceses que vieram participar do Jantar das Gerações e do Mesa Tendências – com direito a mil histórias e explicações.

Humm que delícia de Barreado fumegante, e a Salada de Abobrinha.... tão singela e explosivamente saborosa.... o Bolinho Errado é o bolinho de aipim mais certo que já comi, e veja bem, nem é nem recheado. Os franceses tiveram sorte. Nós também. Ficaremos com saudades das textura e dos sabores.

Como disse Andrea Tinoco neste jantar aprendemos muito com esta chef, apaixonada pelo nosso Brasil, pelos nossos produtos e cultura. Eu digo isso não só porque jantei no seu restaurante mas porque na viagem ao Recôncavo Baiano tive a sorte de conhecer melhor muitos ingredientes e pratos por causa do entusiasmo e das milhares perguntas que Mara fez. Mara comprou tanta, mas tanta coisa, que achamos que Ivo, seu marido, iria acabar desistindo de levar tudo para São Paulo. Que nada! Mara chegou no Tordesilhas cheia de novidades e fez seu festival: “Tem Sim, mas Tá Acabando”. Adorei!!!!! É a cara da Mara e do Ivo.

Como uma ida à Sampa não está completa sem o nosso ritual de tomar café da manhã no Douce France, combinamos com nossos grandes e antigos amigos, Silvia e Dario, e meu irmão Juca, nosso bat encontro no sábado. Fabrice, além de pâtissier é um doce de pessoa, como sempre nos recebeu super bem, com croissants ma-ra-vi-lho-sos e um tour às novidades de sua loja e de sua produção. Vocêrs conhecem o salão de chá do segundo andar¿ Está belíssimo.

Ele nos contou que foi excelente participar do jantar Encontro deGerações e que estava muito contente com a sobremesa que havia servido: Mousseline de Chocolate Branco e cremoso de Framboesa. Mais uma vez tivemos a sorte de poder experimentar algo que foi feito exclusivamente para este importante evento. Apesar de por enquanto não poderem apreciar as texturas e o sabor poderão ver a beleza que ficou.

Como ninguém é de ferro, e nem só de amigos e gastronomia vive a felicidade, antes de ir embora dei umas cheiradas e umas amassadinhas na Rosa, minha sobrinha gostosa.

Um comentário:

Jean Keuller disse...

Ciça,
Adorei os relatos.
Principalmente o fato de esticarem no Tordesilhas, pois é um dos restaurantes que mais frequento a cada passagem por Sampa, principlamente no almoço. É um restaurante que me transmite simplicidade: sem firulas, bem decorado, as mesas no fundo da casa são as melhores: arrejadas e com luz natural, eficaz, pois a cada passagem a qualidade não muda, serviço impecável, cozinha brasileira de primeira e o preço bem razoável.
Parabéns!
Beijos,
Jean