domingo, 28 de dezembro de 2008

Receitas para a Escola Mar de Vinhos

Ano passado eu e Joca começamos a trabalhar com meu compadre, Marcelo Copello, na sua Escola Mar de Vinho.
Foi um grande ano, um segundo semestre recheado das suas palestras - desde os tradicionais Cursos Básico e Avançado de degustação, até os criativos, sua marca registrada: Degustando Sex and the City, Vinho e Julgamento, Degustando Sinatra e Vinho & Chocolate.
Também tivemos eventos inesquecíveis. A Desgustação vertical de Château Haut-Brion foi um dos pontos altos do ano - foram degustadas safras 1996, 2001, 1998, 1988 e 2002.
Tanto as aulas como os eventos foram seguidos dos nossos pratos. Um sucesso, um prazer.

Em 2009 continuaremos nossa parceria com algumas novidades.
As receitas dos pratos degustados nas aulas estarão disponíveis no meu Blog, com link no site da escola - http://www.mardevinho.com.br/escola-mar-de-vinho/localizacao

Inauguro a novidade durante as férias, com algumas receitas de 2008.

CIÇA ROXO para Escola Mar de Vinho – 3jul2008

Curso Sex & The City – Risotto al Limone e gamberi


Risotto al Limone e Gamberi



4 porções

Ingredientes:

50 ml de azeite extra virgem

30g de cenoura

10 de alho

30g de cebola

30g de alho poró

400g de arroz arborio

Sal Q.B.

100ml de vinho branco

1 L de caldo de camarão

100 ml de creme de leite

1 unidade de limão siciliano (zest e caldo)

5ml de azeite aromatizado ao limão siciliano

4 unidade de tomate cereja

Folhas de manjericão

*Q.B. = quanto baste

Modo de preparo:

1. Pique os legumes muito bem picados - batutto. (reserve)

2. Lave e corte os tomates cerejas em quartos. (reserve)

3. Refogue a metade do batutto com o azeite extra virgem em fogo baixo até que este comece a se desfazer. (cuidado para não dourar o refogado)

4. Tempere com pouco sal.

5. Adicione o arroz e mexa até ficar translúcido.

6. Adicione o vinho branco e cozinhe até que evapore.

7. Aumente o fogo para mediano, adicione algumas conchas de caldo de camarão fervente..

8. Cozinhe o arroz por mais ou menos 16 minudos, mexendo de tempos em tempos e adicionando o caldo aos poucos, até que os grãos de arroz fiquem al dente.

9. Durante o cozimento do arroz refogue o restante do batutto com o azeite extra virgem.

10. Incorpore os camarões ao refogado, tempere com sal e pimenta do reino do moinho.

11. Mexa os camarões até que fiquem vermelhos e macios. (reserve)

12. Reduza o creme de leite na mesma frigideira dos camarões

13. Adicione o suco dos limões e continue a redução. (reserve)

14. Incorpore ao arroz junto com os camarões.

15. Finalize, raspas de limão siciliano, algumas gotas de azeite aromatizado de limão siciliano.

Empratamento:

16. Distribua entre 4 pratos e decore com quartos de tomate cereja e algumas folinhas de manjericão.

sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Natal, delicioso, familiar, tradicional e a Bûche de Nöel



Minha querida, querida, Querida Prima, Leonor me ligou dia 24 de manhã pedindo um help. Ela está recebendo o lado francês da família dela para a ceia de Natal e tudo ficaria sem sentido sem uma Bûche de Nöel. Pior que isso só um misterioso desaparecimento da árvore de natal.
Leo me ligou porque sabia que eu poderia resolver o problema. Giancarlo, meu marido, é gerente de Alimentos & Bebidas do Sofitel Rio e conseguiria com o seu super chef pâtissier, Dominique Guerin, adicionar às tantas encomendadas mais uma bûche, de última hora. Dito e feito, eu cheguei à festa com o simbólico doce francês.
Os franceses, e os brasileiros, amaram. Viva o Domenic e sua equipe!!! Estava uma delícia!

Viva a Leonor e o Elia! Já virou tradição o descontraído Natal em família que promovem. Adoro!

Moro no Rio, meus pais e irmãos em São Paulo, meus filhos são do primeiro casamento e meu marido, italiano, trabalha loucamente no Natal. Para podermos comemorar juntos todos os anos desenvolvemos um método infalível - O Pré Natal.
Este ano nossa festa acabou sendo arrebatada por outra ainda mais importante, o casamento de meu irmão Guilherme e da sua Ana Lúcia. Como presente de Natal e de vida chegará em janeiro a minha primeira sobrinha, Rosa. Um brinde aos noivos!
Aproveitei esta rápida a ida à São Paulo com marido e sem compromissos profissionais para estar com amigos – infelizmente não deu para estar com todos, mas aqueles com quem estivemos representaram bem os outros, tão queridos quanto.

Como sempre tomamos café da manhã na nossa pâtisserie predileta, Douce France, do nosso querido amigo Fabrice Lenud.
Ele não para, está sempre inventando modas deliciosas. Adivinhem o que ele fez para celebrar o Natal?

É isso mesmo! Uma grande coleção de Bûche de Nöel. Sua vitrine estava ainda mais colorida, decorada com bûches de todos os tipos: grandes, pequenas, tradicional, tropical, de chocolate branco e preto recheada com frutas vermelhas, étoile de chocolate com chocolate, ma-ra-vi-lho-sa, e a novidade, as bûche de sorvete. Ideal para o calor do nosso Natal tropical. Enquanto isso na cidade do Giancarlo não para de nevar. As nossas famílias trocam as invejas – quem está no calor pensa em neve, quem está no frio sonha em poder andar de manga curta, etc.







Como boa carioca-paulista-carioca também gostei da homenagem ao Rio: Um sorvete entre telhas de chocolate à La Praia de Copacabana.

Depois de tanta bûche fiquei curiosa. Afinal, da onde vem este doce e porque ele é relacionado ao Natal?

Nas leituras que fiz aprendi que a tradição vem do tempo pré-cristão, para honrar o deus Thor e celebrar o solstício de inverno (no hemisfério norte) com a construção de uma fogueira.
Quando o Natal substituiu os festejos de solstício de inverno, a França manteve a tradição e criou o ritual de uma vez por ano cortar uma árvore especial (bois franc) e queimar uma tora de sua madeira, perfumada com óleo, sal e vinho cozido, abençoada por rezas, na grande lareira para que o calor produzido aquecesse a noite da Ceia de Natal. Eles acreditavam que as cinzas desta tora tinham poderes medicinais e mágicos que afastariam os raios e que protegeriam a casa dos espíritos ruins durante o ano novo que se aproximava. O desaparecimento desta tradição coincide com o das grandes lareiras, substituídas progressivamente por fogões de ferro fundido. A gorda tora então foi substituída uma pequena, às vezes aumentada de velas e plantas, que era colocada no centro da mesa como decoração de Natal.
Dizem que um chef pâtissier criativo (no final do século XIX) teve a idéia de substituir a madeira por um bolo com forma de tora.
O bolo virou um doce tradicional. Um bolo enrolado, suculento, decorado com creme feito de manteiga e chocolate ou café, texturizado para lembrar o tronco de uma árvore, com folhagens e flores de açúcar. Hoje existe uma variedade grande deste doce, como você viu nas fotos acima, para agradar todos os gostos, e não é mais necessário ir à França para poder degustar a Bûche de Nöel. Natal agora só em 2010, mas fica aqui minha dica para o ano que vem.


2009 é o Ano da França no Brasil
e quem quiser iniciá-lo comemorando segundo as tradições francesas poderá fazê-lo comme il faut (como se deve): Dia 6 de janeiro sirva a Galette Du Roi (uma das versões do doce é uma torta de massa folheada recheada com creme de amêndoa, frangipane) que esconde uma fava ou um bonequinho de porcelana), mas esta é ainda outra história, outra tradição e muito divertida, por sinal. Conto como é da próxima vez.

Aonde Comprar:

Rio de Janeiro
Sofitel Rio de Janeiro
http://www.accorhotels.com.br/guiahoteis/Sofitel/hotel_bar.asp?cd_hotel=4
Av. Atlântica, 3264 – Copacabana - (0xx)21 2525-1232


São Paulo
Douce France
http://www.patisseriedoucefrance.com.br
Alameda Jaú, 554 – Cerqueira Cesar (0xx)11 3262-3542
Morumbi Shopping – Área Fashio – Piso Lazer – (0xx)11 5189-4584


Bibliografia:
http://www.joyofbaking.com/YuleLog.html
http://www.virtualmuseum.ca/Exhibitions/Noel/franc/buche.htm
http://www.2travelandeat.com/France/galettes.des.rois.html

domingo, 7 de dezembro de 2008

Quitandinha reformado



Semana passada meu assistente, Joca, e eu fomos à Petrópolis, dar uma aula e fazer um jantar no Restaurante Quitandas, no recém reformado Quitandinha.


O Chef Sidney Christo e seu sócio Marcelo, me convidaram.

Esta é a cozinha antiga que será reformada agora.

Aceitei o convite para cozinhar no Quitandas, contente, porque conheço o Sidney a algum tempo e ainda não havíamos trabalhado juntos, e porque tenho um carinho especial por Petrópolis.

Minha mãe é petropolitana, eu e meus irmãos somos paulistas. Meus pais mudaram para São Paulo quando meu pai foi chamado para fazer parte da equipe de cirurgiões plásticos que inauguraram o Hospital Defeitos da Face.

Meu avô, Guilherme Pedro Eppinghaus, alemão de descendência, foi o engenheiro arquiteto responsável pela construção da Catedral de Petrópolis. Tenho orgulho disto.


Minha relação com a cidade havia sido somente familiar e afetiva, até agora. Tive muito gosto de treceber o convite para mostrar meu trabalho lá, principalmente em um lugar histórico como o Quitandinha.

Mais uma coincidência, fui visitar pela primeira vez o Restaurante Quitandas com meu pai. Lá ele reconheceu um casal que estava com seu filho. Crisane era irmã da melhor amiga da minha mãe e seu filho, jovem arquiteto, faz parte da equipe responsável pela reforma do Quitandinha.

O Quitandinha foi construído em 1944 por Joaquim Rolla para ser Hotel e Cassino, na época o maior cassino da América Latina – 50.000m². Em 1946 o Presidente Dutra proibiu o jogo no Brasil e o Quitandinha não conseguiu sobreviver por muitos anos somente como hotel .

A geração de meu pai se lembra de freqüentar o hotel e sua piscina. Meu tio Norman me mostrou um livreto de marketing do Quitandinha de 1944. Realmente era imponente.

Hoje é possível fazer uma visita guiada ao hotel e fazer uma refeição no Quitandas nos pratos originais.